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O Atlas dos viajantes no Brasil é uma plataforma interativa que usa uma base cartográfica digital para organizar, relacionar e divulgar relatos e iconografia de viagem do acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM-USP). O objetivo principal do projeto foi criar uma ferramenta que promovesse o encontro de duas formas tradicionais de organização da informação: o atlas e a enciclopédia. Por meio dela, os usuários têm à sua disposição uma fonte rica e variada de informações sobre o Brasil. 

As obras dos viajantes formam um dos conjuntos mais importantes do acervo da BBM, que abrange livros, álbuns, atlas e manuscritos dos séculos XVI ao XX. Os materiais produzidos pelos viajantes se destacam por tratar de temas em geral negligenciados por outros tipos de registro, como o cotidiano dos negros escravizados, suas práticas culturais e religiosas, a organização social de vários povos indígenas, os hábitos alimentares em diversas regiões do país, entre muitos outros aspectos da natureza, sociedade, economia e cultura do Brasil. 

A partir desses materiais, o Atlas foi criado por meio de três conjuntos de ações: 1) os conteúdos informativos produzidos pelos viajantes foram selecionados e organizados em assuntos e temas, formando uma coleção enciclopédica sobre o Brasil, 2) esses dados foram georreferenciados, com base nas informações geográficas fornecidas pelos relatos, criando narrativas cartográficas das viagens, e 3) foram desenvolvidos mecanismos de visualização, busca, filtragem, comparação dos conteúdos. 

Embora os mapas do Atlas tenham sido criteriosamente elaborados a partir das informações fornecidas pelos viajantes e, sempre que necessário, por fontes secundárias, não há a ambição de representar com total precisão os locais visitados pelos viajantes e os percursos que eles percorreram. Este projeto não tem, pois, o intuito de orientar o usuário em trilhas históricas e indicar com precisão científica o edifício ou fração da localidade descrita nos relatos de viagem. 

A necessidade de criar uma plataforma eficiente exigiu que se recorresse a simplificações, generalizações e aproximações. A base cartográfica sobre a qual a plataforma foi criada, por exemplo, representa o território brasileiro contemporâneo e não dos períodos em que as viagens foram realizadas. O cruzamento de dados cartográficos do presente e dados de viajantes do passado produzem um inevitável anacronismo, embora também projete uma perspectiva comparativa entre presente e passado. 

O Atlas dos viajantes no Brasil foi lançado em novembro de 2019, após dois anos de trabalho. Na primeira etapa do projeto, foram disponibilizadas as obras de oito viajantes. Ao longo de 2020, foi executada a segunda etapa do projeto, que resultou na publicação de mais dez viagens. Além de ampliar a oferta de conteúdo, nessa etapa também buscamos aprimorar os métodos e processos de produção dos mapas e de seus conteúdos, visando dar mais precisão ao conteúdo disponibilizado pelo Atlas. Para a execução da primeira etapa do projeto, foi fundamental o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A segunda etapa, por sua vez, foi viabilizada pelo 5º Edital SANTANDER/USP/FUSP de Fomento às Iniciativas de Cultura e Extensão.

O conteúdo do Atlas também foi ampliado por meio de uma parceria entre a BBM e o Instituto Hercule Florence, que não apenas resultou na publicação de mais uma obra, como concretizou o potencial do projeto de estabelecer uma rede capaz de articular instituições e pesquisadores em torno de ações que buscam desenvolver novas ferramentas de organização, relacionamento e divulgação de acervos patrimoniais em formato digital.

 

Contato: viajantes@bbm.usp.br